Google News Initiative: construção de uma indústria de notícias saudável

Google News Initiative é um conjunto de plataformas de tecnologia e serviços do Google, com o objetivo de oferecer suporte ao jornalismo na construção de um ecossistema de notícias sustentável, diverso e inovador.

Na prática, são ferramentas, cursos e recursos que visam auxiliar a encontrar, verificar e contar histórias engajadoras. São colaborações com publishers de todos os tamanhos, auxiliando-os a transformar o negócio de notícias, oferecendo produtos e programas que suportam crescimento estratégico, escala e receita recorrente.

São três pilares de atuação:

1 – Programas

São projetos específicos que visam adaptar o horizonte de publicações digitais com financiamentos para o pensamento inovador e sucesso no longo prazo em aplicações de notícias na web. Alguns exemplos de programas:

1. Innovation Challenges
2. Digital Growth Program
3. Startup Labs
4. Local News Experiments

2 – Aprendizagem e treinamento

É o conjunto de cursos para a capacitação nas ferramentas digitais e recursos do Google e da web, para ajudar os publicadores de notícias a encontrar, verificar e escrever histórias engajadoras. Alguns dos tópicos de capacitação:

• Captação de notícias: fundamentos; verificação (fact checking) e Segurança;

• Dados e visualização: processo de Storytelling com Google Earth; Storytelling com Multimídia e Data Journalism;

• Tópicos especiais: Eleições; Aprendizado de Máquina; Business Reporting.

Ler mais: Google Analytics 4 (GA4): quais as principais mudanças para blogs, sites e portais de conteúdo? 

3 – Produtos

São ferramentas práticas que abrangem da pesquisa à visualização de dados, com o objetivo de facilitar a produção de conteúdo e notícias, bem como oferecer ferramentas eficazes de monetização e receita para os publishers. Divide-se em 3 grupos principais:

Entendimento e crescimento da audiência

Ferramentas que auxiliam os publicadores de notícias a utilizar dados para alcançar e aumentar a sua audiência. Exemplos de produtos:

• News Consumer Insights: classifica leitores em um funil, para identificar oportunidades de lucratividade e de aprimoramento do relacionamento com a base de clientes;
• Realtime Content Insights: identifica em tempo real quais artigos e vídeos são os mais populares e quais tópicos estão em alta na região da publicação;
• Guia News Tagging: identifica quais comportamentos deveriam ser mapeados no Google Analytics e gera as tags para o site efetuar a coleta de dados;
• Google Analytics: facilita o entendimento de como e quantos leitores e usuários estão acessando o conteúdo e se está ocorrendo engajamento ou não.

Ler mais: Como monetizar sites, blogs e portais de conteúdo para ganhar dinheiro? 

Fortalecimento das habilidades do jornalismo digital

Ferramentas que proporcionam o enriquecimento do conteúdo, favorecendo o storytelling. Exemplos principais:

• Journalist Studio: coleção de ferramentas para empoderar jornalistas a realizar seu trabalho com mais eficiência, criatividade e segurança;
• Google Search: ferramentas para obter buscas melhores e mais rápidas;
• Google Earth: imagens de satélite do globo inteiro, com mapas, terrenos e edificações em 3D;
• Google Maps: para mostrar onde as histórias ocorrem com mapas interativos.

Crescimento de Receita 

• Google Ad Manager: gerenciador de inventário de publicidades, que auxilia na escala e monetização do conteúdo através de cada interação com o usuário leitor;
• Google AdSense: plataforma de mídia programática, que conecta portais de conteúdo com redes de anunciantes;
• Google News Showcase (Google Destaques no Brasil): permite a publicação de painéis de notícias através de curadoria e formatos especiais. É o programa onde o Google remunera os jornais por conteúdo publicado;
• Assine com o Google: ferramenta que permite que os leitores assinem a publicação usando sua conta do Google.

Como o Google News Initiative pode beneficiar sua redação? 

Caso sua empresa jornalística precise de financiamento e apoio com ferramentas tecnológicas, é importante ficar atento aos editais do GNI para não perder o momento de inscrição. 

No Brasil, dois programas de financiamento já foram colocados em prática. Em 2020, 10 startups foram escolhidas para participar do primeiro GNI Startup Labs, programa de aceleração de negócios jornalísticos do Google News Initiative. 

As empresas escolhidas receberam recursos de até US$ 20 mil em financiamento, mentoria, treinamento e workshops sobre os principais tópicos presentes na transformação digital: produto, marketing, construção de comunicação e captação de recursos financeiros para o crescimento do negócio. 

Tipos de monetização de conteúdo segundo o Google News Initiative

Entre os principais tipos de monetização de audiência ou conteúdo, conforme o Google News Initiative, podemos citar: 

Contribuições

Como o próprio nome sugere, as contribuições são o modelo de monetização onde os editores incentivam os usuários a contribuir ou doar para a organização — sem restringir o conteúdo. 

Ou seja, uma característica forte das contribuições é o apoio da comunidade, que vê o valor na organização de notícias e acreditam que aquele conteúdo deve ser acessível a todos. 

Afinal, veículos que trabalham com contribuições, na grande maioria das vezes, possuem valores editoriais claros e condizentes com a comunidade que os apoiam.

Além disso, também é possível oferecer benefícios para os apoiadores, como acesso exclusivo a grupos em redes sociais, newsletter gratuita, entre outros. Porém, sem excluir a gratuidade de notícias para todos. 

Assinaturas

No mercado publisher, as assinaturas, como o próprio nome diz, são o modelo de monetização onde a comunidade paga uma taxa recorrente para acessar aos conteúdos. 

Entre os principais jornais do mundo a adotarem o modelo de assinaturas, temos o Estadão (BR) e o The Walt Street Journal (EUA).

• Conheça o SCAP, nosso sistema de controle de assinaturas.

Restrição de acesso por quantidade de artigos  

De maneira clara, aqui os publishers podem restringir o acesso ao conteúdo a um número determinado de artigos por usuário durante um período de tempo, geralmente 30 dias. É como se fosse um “teste grátis renovável”.

Por exemplo, cada usuário pode acessar 5 artigos durante 30 dias. Porém, caso queira consumir mais conteúdos, é necessário adquirir um plano de assinatura. 

Ler mais: 10 tipos de conteúdo para potencializar seu engajamento e alavancar resultados 

Entre os principais exemplos desse tipo de monetização, podemos citar o The Atlantic (EUA), Jornal do Comércio (BR) e a Folha de S. Paulo (BR).

Conteúdo premium (ou freemium)

Aqui, uma parte gratuita dos conteúdos é disponibilizada no portal, mas, outra parte só pode ser acessada por assinantes. Dito isso, notícias de maior utilidade pública tendem a ser gratuitas, enquanto outras mais atrativas e robustas tendem a possuir paywall. 

Para esse tipo de monetização, aderem o Estado de Minas (BR), o Portal Jota (BR)  e o Le Monde (FRA).

•   Conheça o Paywall da Aspin e gere mais receita e assinaturas.

Hard paywall

Como o próprio nome dá a entender, diz respeito à restrição total dos conteúdos de um portal de conteúdo, ou seja, apenas os assinantes podem visualizar. 

Porém, na grande maioria das vezes os editores permitem exibir um trecho dos conteúdos ou apresentar as primeiras frases de um parágrafo gratuito, para atrair mais assinantes com facilidade. 

Além disso, na grande maioria das vezes veículos que adotam o hard paywall também usam o “free trail” ou “teste grátis” para que os leitores aproveitem os conteúdos antes de assinarem definitivamente. 

Grandes portais de economia como o Financial Times (UK) fazem uso do hard paywall. 

Paywalls híbridos

Algumas publicações também constroem modelo de assinatura “híbridos”, ou seja, que combinam mais de uma forma de monetização simultaneamente. Assim, os paywalls híbridos são um forte exemplo, em que alguns editoriais são livres para todos enquanto outros possuem total restrição, como no Nexo Jornal (BR). 

Ler mais: Planos de assinatura: conheça os tipos e saiba como montar os seus 

Além disso, de modo paralelo, também executam o modelo de restrição por número de artigos, mostrando então o hibridismo no paywall. 

Associações

Por fim, o Google News Initiative também considera o termo “associação” para definir o clube de benefícios que uma organização de mídia ou veículo de comunicação pode oferecer aos assinantes, que aqui são considerados “membros”.

Como conseguir fazer parte do Google News Initiative? 

Bom, como parte do projeto Google News Initiative, foi lançado o programa GNI Local Lab no Brasil, para apoiar o jornalismo digital e seu crescimento nessa nova era em pequenas e médias empresas que produzem conteúdos originais para suas comunidades. 

Diante disso, além de manter-se atento(a) as novas inscrições, você também pode contar com a mentoria Aspin, que além de possuir as ferramentas necessárias para migrar seu jornal para um mundo digital, também sabe o caminho e as normas necessárias para ser aprovado no GNI Local Lab Brasil. Venha bater um papo conosco: