A discussão em torno da remuneração do conteúdo publicado por empresas jornalísticas pelas chamadas “big techs” (principalmente Google e Meta / Facebook) avançou ao longo dos últimos anos. Em alguns países, produtores de conteúdo tiveram inclusive amparo jurídico e governamental neste pleito – como Austrália, França e Canadá, por exemplo.
Em um mar de fake news e conteúdo de qualidade duvidosa, iniciativas do Google quanto da Meta (Facebook) para valorizar o jornalismo de qualidade sempre foram bem-vindas. Como grandes interessados na produção e divulgação do conteúdo de qualidade, as gigantes da tecnologia global perceberam que algo precisava mudar. Sem uma parte da receita obtida com o segmento de hard news, boa parte dos publishers não têm condições de sustentar seu modelo de negócio. A mídia programática e a venda de assinaturas digitais contribuem, mas por si só não remuneram de forma adequada. Os pequenos e médios veículos regionais, principalmente, são prejudicados pelo modelo.
A iniciativa Google Destaques
A partir de outubro de 2020, através do projeto Google Destaques, diversos jornais e publicações brasileiros selecionados começaram a participar deste programa. Em resumo, a iniciativa remunera os publishers por conteúdo curado, selecionado e publicado em formato de painéis em uma plataforma específica, integrada com o já conhecido Google Notícias.
Em um post sobre o assunto, Fábio Coelho, presidente do Google Brasil disse:
Por meio dos painéis do Destaques, as publicações podem escolher formas de exibir seu conteúdo jornalístico de maneira atraente aos leitores. Os painéis dão aos editores de notícias controle sobre o modo como exibem seu conteúdo e sua marca, ajudando-os assim a aprofundar seu relacionamento com leitores conhecidos e novos, e a oferecer assinaturas, newsletters, além de gerar receita exibindo anúncios em seus sites.
Atualmente, mais de 100 publicações no Brasil já assinaram contrato com o Google. A lista completa e o artigo citado acima podem ser conferida em: Mais de 100 publicações agora fazem parte do Google Destaques no Brasil (blog.google)
Seu jornal ou publicação está preparado(a) para o Google Destaques?
Aqui entra uma questão fundamental. O que era de se esperar em relação a tal iniciativa confirma-se na prática: o bom conteúdo, as melhores práticas e ferramentas de tecnologia, em conjunto com uma audiência consolidada é que farão certamente sua publicação ser selecionada e convidada a participar. Apenas ter um site de notícias não será garantia de remuneração por conteúdo publicado. Existem alguns pontos fundamentais a serem cumpridos. Abaixo, destacamos itens prioritários a serem observados para que a publicação tenha condições de ser elegível ao programa de remuneração do conteúdo pelo Google:
- Estrutura do site: uma árvore bem definida de editorias; um site map eficiente; um site rápido e responsivo; feeds de RSS integrados ao Google Notícias são itens obrigatórios. Além disso, a experiência do usuário e uma audiência consistente de acordo com o tamanho da região de abrangência são cruciais;
- SEO: a evolução das técnicas de SEO exige hoje a aplicação de métodos que chamamos na Aspin de Redação Digital. Copiar e colar matérias do impresso no seu gerenciador de conteúdo está longe do esperado para esta plataforma;
- Tecnologia: o gerenciador de conteúdo da publicação precisa ser customizado e ajustado de acordo com os requisitos do Google Destaques, principalmente se existe um paywall ativo ou se este é um projeto previsto pelo editor;
- Curadoria: a plataforma exige a seleção de histórias em destaque e uma publicação diferenciada, utilizando templates definidos, garantindo uma riqueza visual e maior atratividade ao leitor.
Podemos ajudar
Fale conosco a respeito. A Aspin tem o conjunto de ferramentas e serviços para ajudar sua publicação nesta jornada. Independente do estágio em que ela se encontra, poderemos ajudar:
- se o seu site ainda não está adequado;
- se a implantação de um paywall precisa ser integrada com o Google Destaques;
- se o site ainda não é responsivo ou precisa ser reestruturado;
- se a sua redação não produz conteúdo específico para o digital…).
Inegavelmente, excelentes perspectivas para o mercado de comunicação e boas oportunidades aguardam os publishers preparados. Não existe mágica neste cenário. Portanto, será necessário implantar e investir em ferramentas, treinamento, qualificação e, acima de tudo, uma nova mentalidade na produção do seu conteúdo. O desafio é grande, entretanto, recompensador para aqueles que o encararem.